sábado, 22 de agosto de 2009

Há tempos onde apetece ficar...

É uma Graça imensa termos a possibilidade e a capacidade para "saír daqui" e ir viver em outro lugar. Desinstalarmo-nos, de lugares e modos de ser. É bom podermos afastarmo-nos de hábitos, regras, preconceitos. É bom quando tudo pode ser diferente.
Esta experiência só tem grandeza na medida em que é especial, tão especial que dura sempre pouco e só temos consciência disso quando voltamos ao que temos e somos e percebemos que, afinal, o que ganhámos foi simplesmente uma nova forma de ver as coisas de sempre.
É preciso voltar à vida que construímos dia-a-dia, à vida que está nas nossas mãos e que moldamos a cada instante mesmo sem darmos por isso. Não nos podemos desincumbir de viver a nossa vida todos os dias, não vale a pena querer prolongar lugares que brilham ,porque passam. O que permenace ganha pó, perde o brilho, gasta-se, às vezes estraga-se mas vale porque é nosso, porque tem a marca do nosso esforço, da nossa vontade, da nossa presistência.
As experiências especiais são-no por isso mesmo, porque duram pouco e não têm tempo de perder o encanto. Devemos por isso guardá-las na memória para que a sua luz ilumine o quotidiano tantas vezes já gasto.
Aproveitar o olhar renovado para compreender que a radicalidade não está nas grandes experiências mas nas pequenas mudanças que trazemos para a vida de todos os dias.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Excerto de um texto de Sto Isaac ( séc. VII )

O intelecto está sempre à procura de meios que lhe permitam reter aquilo que adquiriu; mas a fé diz que, «se não for o Senhor a edificar a casa, em vão trabalham os construtores» (Sl 126, 1).

Aquele que reza na fé nunca vive apenas do conhecimento intelectual. Esse saber faz o elogio do temor. O sábio disse: «Feliz aquele que teme no seu coração». Mas o que diz a fé? Que, quando teve medo, Pedro começou a afundar-se. E ainda: «Vós não recebestes um espírito de escravidão, para cair de novo no temor; recebestes, pelo contrário, um espírito de adopção» (Rom 8, 15), que nos dá a liberdade da fé e da esperança em Deus.

A dúvida segue-se sempre ao medo [...]; o medo e a dúvida manifestam-se sempre na busca das causas e no exame dos factos, porque o intelecto nunca alcança a paz. A alma está muitas vezes sujeita aos imprevistos, às dificuldades, às numerosas armadilhas que a fazem perigar, mas nem o intelecto nem as diferentes formas de sabedoria podem ajudá-la. Pelo contrário, a fé nunca se deixa vencer por nenhuma destas dificuldades. [...] Vês a fraqueza do conhecimento e o poder da fé? [...] A fé diz: «Tudo é possível a quem crê» (Mc 9, 23), «pois a Deus tudo é possível» (10, 27). Ó riqueza inefável! Ó mar que nas suas vagas transporta semelhante riqueza, tesouros maravilhosos que dele transbordam pelo poder da fé!
" O segredo da Felicidade é uma Existência Agradecida."

Já não me lembro quem disse isto porque também ouvi já citado mas gostei muito!