sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

CORPOS


Carrego este corpo que não sou eu porque sou muito mais do que ele mas estou enterrada, encarcerada como pinto num ovo.

Sigo como um prisioneiro, com toda a minha especialidade confundida na normalidade de um corpo que todos temos.

Onde está a expressão do que me corre nas veias?

Vejo carne e ossos e orgãos mas não vejo braços nem pernas nem abraços nem passos queridos, só uma cabeça perdida na vista de outros.

Puxo o fio deste peso que arrasto comigo mas parte-se porque a lã não suporta o que me prende e então já não sou eu nem o outro e o mundo não chega para me instalar.

1 comentário:

Anónimo disse...

espero que não seja publicidade à "Danone" este post... Beijinho