domingo, 28 de setembro de 2008

BÓIAS

Interessa muito pensar a que é que nos agarramos, o que é que nos sustenta a vida, o que é que nos faz querer estar aqui. Nunca deixo de me espantar quando, em lugares e condições em que a vida é mais dura, encontro pessoas cujos olhos brilham e o sorriso é contagiante. É difícil de perceber como é que se pode ter vontade de viver, como é que se pode estar em acção de graças por este dom quando se está mergulhado em fome, em frio, em doença.
Fico a pensar quais são as minhas bóias. O que é que me mantém à tona quando o mar é agitado pelo desânimo, pela insegurança, pela falta de confiança, pela irrealidade do sonho. Por um lado não me parece seguro agarrarmo-nos a algo exterior a nós: pessoas, lugares, objectos...por outro lado é claro que não nos bastamos a nós próprios... É muito pouco aquilo que não nos podem tirar. É muito pouco aquilo que se mantém seguro como uma rocha apesar do passar do tempo e do espaço. Mas é fundamental que cada um saiba quais são as Bóias para que tem de nadar quando as forças estiverem a faltar!

5 comentários:

Anónimo disse...

A mim ajuda-me bastante focar o pensamento no Aonde quero chegar. Tendo isso bem presente será mais facil que cada passo seja dado nessa direcção.
Beijinhos


"DAR HASTA QUE DUELA" (P. Alberto Hurtado, sj)

Anónimo disse...

Olá Marta!
Que bom ter descoberto o seu blog.Gostei imenso do que pensa, por aquilo que escreve.
Continuarei a cá vir e quem sabe o que escreve não me sirva também de boia?Hoje passei na loja das Paulinas e encomendei o livro do padre Pinto Magalhães.
Beijinho grande

Anónimo disse...

Não é o muito saber o que sacia a alma, mas o que saboreamos internamente. Das coisas que mais me tem feito pensar últimamente, são na quantidade de saberes que me é facultado. Na verdade, em tantos saberes não encontro tanta felicidade como na coisas mais simples. Comer um gelado com uma pessoa de quem gosto, sorrir como perdido pela piada mais simples que me contam, chorar no silêncio por alguém que me faz falta... Sinto que muitas vezes procuramos o saber desenfreado: para onde vamos, o que fazemos, para que servimos, porque existimos, e ao viver tão obsquisamente este desejo, não vivo, sobrevivo...
Quem me dera voltar a ser criança, ao tempo que aprendi o que era o mundo, ou antes, no tempo em que o mundo apreendia quem era eu.
Anónimo :)

Anónimo disse...

Completamente de acordo, que não é o muito saber que sacia a alma.Acredito que alguns livros nos trazem perspectivas diferentes daquilo que julgamos conhecer e aí penso que a alma agradece.
Também concordo que as coisas simples da vida nos trazem sabedoria e felicidade, desde que tenhamos o coração disponivel para as acolher.
As crianças têm aquela disponibilidade que é pena se vá perdendo á medida que supostamente vamos pensando ser mais cultos e mais maduros.Não há nelas talvez os filtros que a vida nos vai impondo e nósnada fazendo para o impedir.É pena que assim aconteça!

MARta disse...

Olá Conhcha! Que bom saber que tenho mais uma leitora e comentadora!!fico mesmo contente! Os seus comentários soaram-me meio "familiares"...eu conheço-a? ( estava a tentar suavizar a pergunta mas não consegui...)

E gosto muito quando os meus comentadores se põem à conversa!!!

Obrigada pela continuidade querido anónimo!

beijinhos