terça-feira, 3 de março de 2009

Gostar das Pessoas

Gostar das pessoas não é tão óbvio como parece e põe à prova a nossa capacidade de renúncia e de doação. É que gostar das pessoas não é gostar do que somos nelas, não é gostar do que elas são em nós. Gostar das pessoas é gostar de ser com elas. Não é gostar daquilo que elas vêem em mim, não é gostar do que elas podem ser de mim. Gostar das pessoas é gostar do que elas são independentemente de mim.
Penso no geral porque sinto que é assim tanto em relação a quem nos está mais perto como a quem não nos damos tanto. Seja qual for a proximidade ou a qualidade da relação, é sempre difícil não nos projectarmos no outro, não esperarmos dele o que não podemos esperar de nós, não querermos para ele o que queremos para nós.
Vê-se bem na relação pais/filhos.Quantas vezes o "quero o que for melhor para ele" não significa " quero para ele o que seria melhor para mim"?
Gostar das pessoas é gostar de mim primáriamente e gostar do outro como gosto de mim mas independentemente de mim, com liberdade, com personalidade, com especialidade, com tudo incluído!

1 comentário:

Laura disse...

Que engraçado!
Venho aqui sugerir um post e descubro este, que tão bem se relaciona!
Sugestão: e a partilha de pessoas?
Tinha pensado na partilha de amigos. Quando os nossos amigos se tornam amigos também.
mas para ti isso é muito especifico, então pensei na partilha de pessoas, ou seres vivos! lol
de algo com vida que possa criar um relação entre si mas fora de ti.

Engraçado, não?
Se eu gosto das pessoas, da forma como tu escreveste, então isto seria um objectivo a atingir...mas será mesmo assim?
as relações que temos não são únicas pq cada um de nós é único?? Será que gostamos mesmo de "perder" essa nossa relação especial porque se cria uma nova?

bem, ja me estou a confundir!
Será que me percebes?

beijos!
(é bom seguir-te!)