quarta-feira, 28 de maio de 2008

O ARTISTA

Cada pessoa vê a vida à sua maneira. Somos todos únicos e originais na forma de olhar o mundo mas nem todos somos artistas.
O Artista é aquele que não está preocupado em ver o que o rodeia, não está preocupado em agarrar a realidade, em mudá-la, em analisá-la ou interpretá-la. Um Artista é alguém que simplesmente se esvazia do seu Eu e se põe disponível para receber o que lhe é dado pela natureza, pelas pessoas, pela vida. E depois, cheio daquilo de que se fez parte, transborda sentimentos e emoções das mais diversas formas. E por isso cria. As marcas que a vida deixou nele.

Há um ditado oriental que diz que se queremos tomar nas mãos toda a areia de todo o deserto, temos que abri-las, deixar a areia passar por entre os dedos e assim senti-la toda, porque se fechamos as mãos com ganas de a agarrar, não sentiremos mais que uns míseros grãos de areia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bom dia Marta ;)
Fiquei "inquieto" com o que escreveu, o que foi óptimo pois obrigou-me a pensar. Vivo numa cidade rodedade de obras de arte por todos os cantos é às vezes é dificil dar conta da maravilha que é.

Mas será mesmo que o artista é o "despegado da realidade"? Pergunto isto porque para mim o artista ao capturar a realidade ou a dar uma forma à realidade ou ainda moldando a realidade, prende-a para si, num universo muito pessoal. Umas vezes a mensagem é clarissima, outras dificil de interpretar, contudo há sempre uma mensagem ou um significado que espreita ser desvelado por que "frui" da obra de arte. Podemos não entender, podemos só fuir da beleza, mas esta transporta-nos sempre a outra realidade além de nós. Um filosofo dizia que a obra de arte é o imagético de Deus que toca na humanidade. Outro, dizia que através da arte o homem sente-se deus, pois cria... Mas será isto desapego?

Estou a ver que está voltada para oriente, temos sempre que aprender com a cultura oriental. Mas há uma coisa que tenho refelctido ao longo do tempo, será que a meditação para chegar ao nirevana ou nada faz sentido. Atenção não é a meditação para nos esvaziar (com o intuito de nos encher). Será que uma anfora sem nada lká dentro está a sentir-se realizada? Será que o homem vazio de si e de tudo está a caminho da sua vocação? (este é um comentário ao post anterior).


Bom dia, desculpe lá todas estas inquietações e bom estudo.