quinta-feira, 1 de maio de 2008

ABRAÇO



Gostei desta imagem! Não sei porquê mas de repente foi uma boa inspiração para escrever! (Escrevi mesmo pouco em Abril!)

Tenho estado a estudar Kant. A moral Kantiana é no minimo curiosa. Sabendo que Kant é um autor cristão e tentando compreender dentro do contexto social e pessoal aonde ele queria chegar, fiquei a pensar se não terá ficado pela metade na compreensão da mensagem de Cristo.

Cristo não me manda lutar contra a minha sensibilidade e as minhas inclinações para, fria e racionalmente, ser capaz de cumprir deveres. Cristo não me dá uma tábua cheia de regras que devo seguir para vir a ser merecedora da felicidade em outra vida e não nesta.

Cristo sabe muito bem que nós somos um ser complexo, com corpo e alma, razão e sensibilidade, inclinações e desejos e que é muitas vezes dificil, para a nossa vontade, na hora de agir, encontrar acordo entre estas vertentes tantas vezes opostas. Sabe que somos seres marcados pelo amor-de-si e que isso nos determina.

A grande novidade que Cristo nos mostra é que o truque, a realização da vida, a felicidade, aquilo que perseguimos porque nos amamos a nós próprios, é encontrado quando saímos de nós, quando nos abrimos à descoberta do outro. O que pode ser estranho é que precisamos saír para voltar a entrar.

Esta é para mim a maravilha antropológica que tenho vindo a descobrir no maior mandamento da lei de Deus: AMA O PRÓXIMO COMO A TI MESMO.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Marta, já estava com saudades de posts novos. Foi bom passar cá e encontrar uma novidade.

É engraçado o que diz sobre Kant. Na verdade Kant era cristão mas protestante, onde o sistema de pensamento se centra mais no dever e não tanto na liberdade (mais uma vez a liberdade).
De facto um professor meu questionou uma vez a turma sobre os deveres e direitos, e terminava a aula perguntando onde se fundavam os deveres. Na realidade penso (ao contrário de muitas pessoas) que o dever não é uma obrigação de fazer algo, como garantia categória absoluta de felicidade ou de justiça. Para mim o dever fundamenta-se no "amor". Pode parecer estranho, mas na verdade é porque amo o outro que o devo respeitar, porque amo o outro que o devo ajudar a ser pessoa, porque amo dou-lhe toda a liberdade. "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
Muitas vezes é dificil olhar para este concepção, mas um dever apenas porque tem de ser, ou sempre foi assim, é vazio e demasiado fechado sobre si próprio.

A imagem está fantástica, o Cristo de braços abertos há espera de um abraço meu.
Uma boa noite... e Bom estudo!

MARta disse...

pois é...ando a escrever pouco...
tenho que aprender o trabalho e não só a inspiração!
de qualquer maneira e mais uma vez, obrigada pelas visitas e pelos comentários.

talvez os deveres sejam as pistas para aprendermos a amar. se (já)soubessemos amar como Ele nos amou nem seria preciso conceber deveres no sentido de obrigações a cumprir...